A zona do programa Interreg Europa Central (CE) abrange o território de nove Estados-Membros da UE, ou seja, a Áustria, a Croácia, a República Checa, a Hungria, a Polónia, a Eslováquia e a Eslovénia, bem como partes da Alemanha e da Itália. Representa 23 % do território da UE e abrange países de ambos os lados da antiga «Cortina de Ferro». Apesar dos grandes progressos realizados, as diferenças económicas e sociais entre os países «orientais» e «ocidentais» continuam a ser acentuadas. A região caracteriza-se por uma distribuição desigual do poder económico, que está enraizada no desenvolvimento histórico, político e económico (clivagem Leste-Oeste: economia de comando versus economia de mercado), bem como nas diferenças estruturais entre regiões (zonas urbanas e industrializadas versus zonas rurais e periféricas). A investigação e o desenvolvimento (I&D), bem como os investimentos, concentram-se em poucos pólos de crescimento, na sua maioria urbanos, incluindo aglomerações de capitais como Varsóvia, Praga, Berlim, Viena e Budapeste. Consequentemente, as zonas rurais e periféricas apresentam frequentemente uma menor competitividade, combinada com uma significativa fuga de cérebros. Além disso, observam-se disparidades sociais na Europa Central, especialmente ao longo da antiga «Cortina de Ferro» e da fronteira externa oriental da UE. Um estudo recente analisou os principais desafios para a região da Europa Central, que foram identificados como: a) globalização, b) economia digital, c) transportes e acessibilidade, d) energia, e) economia/ambiente circular, f) alterações climáticas, g) emprego e competências, h) riscos sociais, i) alterações demográficas/migração e j) governação. O estudo concluiu que a economia circular é uma área funcional e que esta funcionalidade não se baseia apenas na proximidade geográfica dos países, mas também nas interações e ligações espaciais dentro de diferentes setores, como a economia e as empresas, a governação, etc. A análise específica CE-FLOWS deve analisar a dinâmica espacial e os fluxos existentes entre as regiões que compõem a área funcional da economia circular. Com este enfoque na geografia funcional da economia circular, o projeto está bem ancorado no contexto da política europeia, tendo em conta os objetivos da política europeia de desenvolvimento regional e de coesão para o próximo período de financiamento 2021-2027. O projeto de regulamento CTE introduz a noção de zonas funcionais, pelo que a metodologia e a abordagem testadas pelo CE-FLOWS na zona CE podem ser aplicadas na análise das relações funcionais noutras zonas transnacionais do programa Interreg fora das quatro zonas da estratégia macrorregional (por exemplo, Sudoeste da Europa, Noroeste da Europa, Mediterrâneo e Região do Mar do Norte). Além disso, a metodologia desenvolvida no CE-FLOWS pode ser aplicada a uma escala menor do que a transnacional, ou seja, para captar dinâmicas e fluxos a nível transfronteiriço. A análise no âmbito do CE-FLOWS deve também ter em conta as complementaridades e sinergias com outros instrumentos e políticas da UE, incluindo as estratégias macrorregionais. Uma melhor compreensão dos fluxos e das interdependências no âmbito da economia circular permitirá aumentar os impactos de outros instrumentos políticos da UE através de uma melhor coordenação e valorização das sinergias, bem como reforçar as ligações da economia circular com outras áreas funcionais adjacentes. Tal reforçará ainda mais a cooperação entre as partes interessadas e os territórios, conduzindo não só a um desenvolvimento territorial integrado eficaz da área funcional da economia circular, mas também, tendo em conta a sua localização no centro da Europa e a sua importância económica, a uma maior coesão em toda a UE.